Laodicéia
CONFISSÃO DOUTRINÁRIA SOBRE LAODICÉIA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA - MOVIMENTO DE REFORMA
Cremos que Laodicéia representa uma etapa da história da igreja cristã, na qual se desenvolvem os episódios finais da história da redenção. Durante este período devem ser proclamadas ao mundo as mensagens dos três anjos de Apocalipse 14.6-12, em conexão com as verdades distintivas do povo do fim, tais como: a Lei de Deus (Isa. 8.20; Apoc. 14.12), o sábado como o selo de Deus (Eze. 20.12,20), a Justiça de Cristo (Rom. 5.1; Jer.23.6; Apoc. 19.10), o Juízo Investigativo e a Purificação do Santuário Celestial (Dan. 8.14), a Reforma de Saúde (I Cor. 6.19 e 20), e todas as verdades ligadas à profecia.
“Os nomes das sete igrejas são símbolos da igreja em diferentes períodos da era cristã. O número sete indica plenitude, e simboliza o fato de que as mensagens se estendem até o fim do tempo, enquanto os símbolos usados revelam o estado da igreja nos diversos períodos da história do mundo.” A.A. 585.
Cremos que o período de Laodicéia começou no ano de 1844, e da mesma forma como as igrejas das etapas anteriores iniciaram com os fiéis da igreja precedente, a última igreja foi formada pelos fiéis que saíram de Filadélfia. Em Apoc.3.14-21 é dirigida uma mensagem à igreja de Laodicéia na qual a Testemunha Fiel e Verdadeira descreve a condição do pretenso povo Adventista. No início da etapa de Laodicéia, Deus chamou o povo Adventista dentre as igrejas da cristandade e o adornou com os ornamentos do santuário e o conjunto de verdades que preparariam um povo para a segunda vinda de Jesus. Deus tem na atualidade muitos fiéis em outros rebanhos que não reconhecem o sábado e não o guardam, mas que fazem parte da igreja espiritual. “Vi que Deus tinha filhos que não reconheciam o sábado e não o guardavam. Eles não haviam rejeitado a luz sobre este ponto. E ao início do tempo de angústia fomos cheios do Espírito Santo ao sairmos para proclamar o sábado mais amplamente."PE. 85. Na finalização da obra da pregação estes fiéis se unirão ao remanescente de Laodicéia que permanece no fundamento da verdade.
Cremos que os fiéis dentre os remanescentes de Laodicéia serão assinalados com o selo de Deus (Apoc. 7.2), e como vencedores no juízo serão coluna no templo celestial, levando sobre suas frontes o nome de Deus (Apoc. 3.12). Pela obra do anjo de Apocalipse 18, os fiéis de Laodicéia que atualmente se encontram nas diversas igrejas da cristandade, ouvirão o chamado do Senhor para saírem dessas corporações apóstatas (Apoc. 18.4), e se unirem aos “remanescentes”, ou seja, ao povo que atualmente ergue a bandeira da verdade e os princípios do verdadeiro Adventismo. “Vi que Deus tem filhos honestos entre os Adventistas Nominais e as igrejas caídas, e antes que as pragas sejam derramadas, pastores e povo serão chamados a sair dessas igrejas e alegremente receberão a verdade. Satanás sabe disso, e antes que o alto clamor da terceira mensagem angélica seja ouvido, ele suscitará um despertamento nessas corporações religiosas, a fim de que os que rejeitaram a verdade pensem que Deus está com eles. Ele espera enganar os honestos e levá-los a pensar que Deus ainda está trabalhando pelas igrejas. Mas a luz brilhará, e todos os honestos deixarão as igrejas caídas, e tomarão posição ao lado dos remanescentes.” PE 261.
“Os que forem obedientes aos mandamentos de Deus, unir-se-ão com o grupo de santos na luz; entrarão na cidade pelas portas, e terão direito à árvore da vida.” EF (cd 216).
Cremos que o remanescente fiel de Laodicéia receberá a chuva final do Espírito Santo (Ose.6.3; Joel 2.23, 28), para a conclusão da obra e para ser preparado para a trasladação. “Os que satisfazem em todos os pontos e resistem a toda prova, e vencem, seja qual for o preço, atenderam ao conselho da Testemunha Verdadeira, receberão a chuva serôdia, estando assim aptos para a trasladação. ...” I T.S.M, 65.
Cremos que Deus chamou a Igreja Adventista do Sétimo Dia no início do período de Laodicéia com o objetivo de exaltar a verdade presente. “Os adventistas do sétimo dia foram escolhidos por Deuscomo um povo peculiar, separado do mundo. Com a grande talhadeira da verdade Ele os cortou da pedreira do mundo, e os ligou a Si. Tornou-os representantes Seus, e os chamou para serem embaixadores Seus na derradeira obra de salvação. O maior tesouro da verdade já confiado a mortais, as mais solenes e terríveis advertências que Deus já enviou aos homens, foram confiadas a este povo, a fim de serem transmitidas ao mundo...” 3 TSM. 140. “Em sentido especial foram os adventistas do sétimo dia postos no mundo como vigias e portadores de luz. A eles foi confiada a última mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incide maravilhosa luz da Palavra de Deus. Confiou-se-lhes uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância... As mais solenes verdades já confiadas a mortais nos foram dadas, para as proclamarmos ao mundo. A proclamação dessas verdades deve ser nossa obra.” 3 TSM. 288. Foi chamado a reparar as roturas feitas na Lei de Deus (Isa. 58.12) mas pela sua apostasia e abandono da luz, esta igreja caiu no estado de Laodicéia descrito pela profecia. “Encho-me de tristeza quando penso em nossa condição como um povo. O Senhor não nos cerrou o Céu, mas nosso próprio procedimento de constante apostasia nos separou de Deus. O orgulho, a cobiça e o amor do mundo têm habitado no coração, sem temor de ser banidos ou condenados. Pecados graves e presunçosos têm habitado entre nós. E no entanto, a opinião geral é que a igreja está florescendo, e que paz e prosperidade espiritual se encontram em todas as suas fronteiras. A igreja deixou de seguir a Cristo, seu Guia, e está constantemente retrocedendo rumo ao Egito. Todavia, poucos ficam alarmados ou atônitos com sua falta de poder espiritual. Dúvidas e mesmo descrença dos testemunhos do Espírito de Deus estão levedando nossas igrejas por toda parte. Satanás assim o deseja”. Testimonies, vol. 5, pág. 217.”SC.38, 39. “Ao olhar ultimamente ao redor em busca dos humildes seguidores do manso e terno Jesus, minha mente tem sido muito exercitada. Muitos que professam estar aguardando a iminente volta de Cristo estão se conformando com este mundo e buscando mais fervoroso aplauso dos que os cercam do que a aprovação de Deus. São frios e formais, como as igrejas nominais das quais estão separados apenas pouco tempo. As palavras endereçadas à igreja de Laodicéia descrevem perfeitamente sua presente condição. (Apoc. 3:14-20.) Eles não são frios "nem quentes", mas são mornos. E a menos que aceitem o conselho da ‘testemunha fiel e verdadeira’, e zelosamente se arrependam e adquiram ‘ouro provado no fogo’, ‘vestidos brancos’, e ‘colírio’, serão vomitados de Sua boca.” PE. 107, 108.
Cremos que o estado de Laodicéia aplica-se neste contexto à organização da Igreja Adventista do Sétimo Dia, significando que Deus não pode aprovar o seu ensino e seu trabalho. “A figura de vomitar da Sua boca significa que Ele não pode oferecer a Deus as vossas orações ou expressões de amor. Não pode aprovar de forma alguma o vosso ensino de Sua Palavra ou o vosso trabalho espiritual. Não pode apresentar os vossos cultos religiosos com o pedido de que vos seja concedida graça.” 3 TSM. 15 “A igreja está na condição laodiceana. A presença de Deus não está no meio dela. Notebook Leaflets, vol. 1, pág. 99”. EF, 44 (cd 49) A presença de Deus retirou-se do meio dela, na figura empregada pela profecia: “vomitar-te-ei da minha boca.” “E a menos que aceitem o conselho da "testemunha fiel e verdadeira", e zelosamente se arrependam e adquiram "ouro provado no fogo", "vestidos brancos", e "colírio", serão vomitados de Sua boca.” PE. 108.
Cremos que o Remanescente fiel de Laodicéia, que confia unicamente na justiça de Cristo e nos méritos de Sua obra intercessora no Santuário Celestial, constitui o especial tesouro de Deus, e adornado pelas vestes imaculadas da Justiça de Cristo, enriquecida pelo ouro da fé e agraciados com o discernimento do colírio celestial, jamais será vomitado da boca de Deus. “Cristo guardará o nome de todos os que não consideram custoso demais um sacrifício para Lhe ser oferecido sobre o altar da fé e do amor. Tudo Ele sacrificou pela humanidade caída. O nome do obediente, do que se sacrifica e é fiel será gravado nas palmas das Suas mãos; não será vomitado de Sua boca, mas tomado em Seus lábios, e Ele rogará especialmente em seu favor diante do Pai.” CSM. 344. Estes fiéis atenderam o conselho da “Testemunha Fiel e Verdadeira”. “Sentirão a necessidade de comprar ouro, que é a fé e o amor puros; vestidos brancos, que é um caráter imaculado, purificado pelo sangue de seu querido Redentor; e colírio, a graça de Deus, a qual lhes dará claro discernimento das coisas espirituais, e indicará o pecado.” I TSM. 329.
Cremos que a igreja Adventista do Sétimo Dia foi auxiliada por Deus com a luz da mensagem da Justiça de Cristo, trazida pelos pastores Waggoner e Jones, no memorável congresso de Minneápolis em 1888. “Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus.” TM. 91, 92. Mas esta mensagem foi rejeitada pelo ministério da Igreja, sendo impedido o reavivamento e reforma anelados por Deus. Esta foi uma obra satânica. “Alguns vêm cultivando ódio contra os homens a quem Deus comissionou para dar uma mensagem especial ao mundo. Eles começaram essa satânica obra em Mineápolis. Mais tarde, ao verem e sentirem a demonstração do Espírito Santo, que testificava que a mensagem era de Deus, odiaram-na ainda mais, pois eram um testemunho contra eles. Não queriam humilhar o coração para se arrependerem, darem glória a Deus, e vindicarem o direito. Prosseguiram em seu espírito, cheios de inveja, ciúme e más suspeitas, como os judeus. Abriram o coração ao inimigo de Deus e do homem. Contudo esses homens têm ocupado posições de confiança e têm moldado a obra à sua semelhança, tanto quanto podem. ...” TM. 79, 80.
Cremos que pela rejeição da luz enviada pelo céu, a Igreja Adventista do Sétimo Dia ficou enfraquecida, e perdeu o rumo “Os fatos concernentes à real condição do professo povo de Deus falam mais alto que sua profissão, e evidenciam que algum poder cortou o cabo que os ancorava na Rocha Eterna e estão flutuando pelo mar, sem mapa ou bússola.”RH. 24/07/1888 ou CJN. 43. Iniciou-se então um processo de decadência e acentuado declínio espiritual. Ao vir a prova concernente à Lei de Deus, ela cedeu ante os poderes deste mundo e caiu na apostasia.“Encho-me de tristeza quando penso em nossa condição como um povo. O Senhor não nos cerrou o Céu, mas nosso próprio procedimento de constante apostasia nos separou de Deus. O orgulho, a cobiça e o amor do mundo têm habitado no coração, sem temor de ser banidos ou condenados. Pecados graves e presunçosos têm habitado entre nós. E no entanto, a opinião geral é que a igreja está florescendo, e que paz e prosperidade espiritual se encontram em todas as suas fronteiras. A igreja deixou de seguir a Cristo, seu Guia, e está constantemente retrocedendo rumo ao Egito. Todavia, poucos ficam alarmados ou atônitos com sua falta de poder espiritual. Dúvidas e mesmo descrença dos testemunhos do Espírito de Deus estão levedando nossas igrejas por toda parte. Satanás assim o deseja.” Testimonies, vol. 5, pág. 217.” SC. 38, 39. “O poder das trevas já colocou seu molde e inscrição sobre a obra que devia permanecer pura, não corrompida pelas astutas ciladas do diabo.”TM. 277.
Cremos que o fundamento de uma reforma verdadeira é a Lei de Deus. “No tempo do fim, toda instituição divina deve ser restaurada. A brecha feita na lei quando o sábado foi mudado pelo homem, deve ser reparada. O remanescente de Deus, em pé diante do mundo como reformadores, deve mostrar que a lei de Deus é o fundamento de toda reforma perdurável, e que o sábado do quarto mandamento deve permanecer como memorial da criação, uma lembrança constante do poder de Deus. De maneira clara e distinta devem apresentar a necessidade de obediência a todos os preceitos do decálogo. Constrangidos pelo amor de Cristo, devem cooperar com Ele na reconstrução dos lugares assolados. Devem ser reparadores das roturas, e restauradores de veredas para morar. Isa. 58:12.” PR.647 (cd678). O Senhor chamou do meio da Igreja Adventista do Sétimo Dia um povo que se manteve fiel quando a apostasia na lei de Deus precipitou a sua queda no que diz respeito ao quarto e sexto mandamento, por ocasião da primeira guerra mundial. “Devem ser reparadores das roturas, restauradores das veredas para morar. Por seu testemunho deve o sábado do quarto mandamento apresentar-se como uma testemunha: um constante memorial de Deus, para atrair a atenção e despertar perguntas que dirijam o espírito dos homens para seu Criador.” 3 TSM. 141.
Cremos que como Movimento de Reforma vivemos no período de Laodicéia, mas não pertencemos à sua organização. Somos o Remanescente que levanta o estandarte da Lei de Deus, e como igreja não compartilhamos das características deste período, descritas pela profecia, embora existam membros individuais afetados pelo espírito de Laodicéia. Como organização, o Movimento de Reforma não se encontra no estado de Laodicéia, porém se prepara para o reavivamento final, sob o ministério do Espírito Santo, na Chuva Serôdia. “Tem que ocorrer um reavivamento e reforma, sob o ministério do Espírito Santo. Reavivamento e reforma são duas coisas diferentes. Reavivamento significa renovação da vida espiritual, uma vivificação das faculdades do espírito e do coração, um ressurgimento da morte espiritual. Reforma significa reorganização, mudança de idéias e teorias, hábitos e práticas. A reforma não produzirá os bons frutos da justiça a menos que esteja ligada a um reavivamento do Espírito. Reavivamento e reforma devem fazer a obra que lhes é designada, e para fazerem essa obra têm de se unir.” Review and Herald, 25 de fevereiro de 1902.” SC. 42.
Julho de 2002
Comissão Diretiva do Campo Brasileiro